Durante a invasão dos muçulmanos, muitos fiéis se encarregaram de esconder as relíquias e imagens de santos para evitar que fossem destruídas ou profanadas. Conta-se que a estátua da Virgem de Roncesvalles foi ocultada por um grupo de mulheres, enquanto seus maridos eram mortos pelo invasor.
Com o decorrer de oito séculos, período que durou o domínio muçulmano, o povo se esqueceu de onde havia sido oculto todo aquele tesouro e pediu a ajuda divina para tê-los de volta ao seio do povo, que agora havia reconquistado suas terras.
Certa noite, todos dormiam quando um pastor que cuidava do seu rebanho observou duas luzes estranhas que brilhavam ao longe, no campo. Curioso, o pastor decidiu percorrer toda aquela distância e veio a encontrar um cervo, em cujos chifres estavam penduradas duas lanternas.
O pastor, atônito com o fato, procurou certificar-se que não estava sonhando e retornou amedrontado para sua casa.
Muitas outras vezes o fenômeno se repetiu, até que as pessoas tivessem coragem de se aproximar do local. Lá chegando elas notaram que um belo e estranho cântico em homenagem à Virgem, vinha do solo em que o animal pisava. Subitamente o animal desapareceu e cessaram os cânticos. O povo, aturdido com tudo aquilo, pediu ajuda ao clero para decifrar o mistério.
Quando a notícia chegou ao bispo de Pamplona ele se recusou a acreditar na estória, até que, em sonho, um anjo lhe revelou a verdade.
O Bispo então decidiu ir pessoalmente, junto com os religiosos de Ibañeta até Roncesvalles e, lá chegando, deu ordens para alguns homens irem ao local da aparição e lá os orientou para que começassem a cavar a terra onde o animal foi visto. Para admiração e assombro de todos, foi encontrada sobre um pedestal a imagem da Virgem de Roncesvalles, que foi então levada para a capela de Roldan.